Nem todos percebem, mas a escada do Joy é uma personagem silenciosa das histórias que aqui acontecem. Ela não é apenas passagem. É testemunha. É palco.
Já ouviu os passos firmes de noivas que desceram com o coração disparado, segurando o vestido com uma das mãos e a emoção com a outra. Cada degrau parecia ecoar um compasso diferente, um misto de ansiedade, esperança e amor.
Já sentiu o corre-corre de crianças que transformaram seus degraus em brinquedo. Risadas inocentes que sobem e descem, lembrando que a vida também é feita de simplicidade.
Em outra ocasião, um pai desceu devagar, oferecendo o braço à filha. Nenhum dos dois falou. Mas o silêncio dizia tudo: o orgulho dele, a confiança dela, o amor que os unia naquele instante.
E não foram apenas casamentos. A escada já recebeu amigos subindo apressados para brindar no terraço. Já recebeu músicos carregando instrumentos, preparando-se para encher o espaço de notas. Já sentiu passos pesados de quem chegava carregando preocupações — e passos leves na saída, depois de ver a vida sob uma nova luz.
Se a escada pudesse falar, talvez contasse segredos. Mas ela prefere ouvir. Prefere guardar em silêncio cada olhar trocado, cada lágrima contida, cada riso que escapou.
No Joy, até os degraus contam histórias. E cada pessoa que desce por ali entende que não está apenas atravessando uma escada: está atravessando um portal para um momento que nunca mais se repetirá igual.
